Espetáculo reúne música, história, religiosidade e um órgão de 237 anos.
Um dos passeios obrigatórios para quem visita Tiradentes é conhecer a Igreja Matriz de Santo Antônio, certamente o maior cartão postal da cidade. Lá também acontece – às sextas-feiras e sábados à noite – um evento que vem atraindo cada vez mais um maior número de participantes e que não pode ficar fora de um roteiro de viagem. Trata-se do “Concertos na Matriz”, um show musical com o órgão histórico construído em 1785, que é aberto com um “Roteiro Narrado” contando a história daquela igreja em meio a um show de luzes, que encanta o público e é um mergulho na história do Barroco.
Quem conta os detalhes deste evento que provoca no público diversas emoções é o padre Álisson Sacramento (foto acima), pároco e responsável pela Matriz. Ele conta que os interessados em participar devem adquirir os ingressos antecipadamente na portaria da própria Matriz, a partir de quarta-feira, até momentos antes do início do espetáculo. “Mas em breve nós vamos modernizar este processo e disponibilizar os ingressos pela internet, para facilitar ainda mais a vida do turista, que poderá adquirir o seu bilhete antes mesmo de viajar”, comenta.
Sobre o evento em si, padre Álisson revela que o Concertos na Matriz é executado no órgão histórico daquela igreja, construído em 1785, “uma peça rudimentar, com teclado menor e os músicos precisam utilizar de certos recursos para executar algumas músicas”, explica. No caso, quem toca o órgão, uma bela e enorme peça de 600 tubos, é a professora de música e pianista Maria Amélia Viegas, ora acompanhada na flauta por sua irmã Salomé, ou pela professora Elisabete Mendonça, cantora e soprano. O repertório, continua padre Álisson, “é composto de músicas barrocas e de outras adaptadas àquele instrumento”, completa.
No último dia 21 de outubro, a reportagem acompanhou o espetáculo que contou com Maria Amélia e Elisabete (assista ao vídeo ao final deste texto). Na plateia, que quase lotou a igreja, destaque para a jornalista e apresentadora Chris Flores (na foto acima com Maria Amélia e Elisabete), do SBT que, ao final, fez questão de cumprimentar as duas artistas quando revelou seu encantamento com o show, sendo uma espécie de voz de toda a plateia que aplaudia efusivamente após cada música. De forma didática e educativa, Maria Amélia introduz cada música em seu contexto histórico antes de executá-la. O mesmo ela faz antes do início do show quando conta um pouco sobre o órgão cuja sonoridade é perfeita, principalmente quando se lembra que ele tem “apenas” 237 anos.
Apesar da idade, revela padre Álisson, o órgão está em “perfeito estado de conservação.” Após ter sido totalmente restaurado há cerca de 15 anos, ele passou novamente por uma espécie de revisão completa em setembro último. “Esteve aqui um organeiro espanhol, Frédéric Desmottes, que foi a Mariana para restaurar o órgão da Igreja da Sé, daquela cidade. A gente tinha combinado que ele, quando fosse lá, também viria aqui. Assim, como já havia trabalhado na restauração do órgão da Matriz naquela época, e conhece o instrumento, fez a revisão e concluiu que ele está em perfeitas condições, é uma peça muito especial”, finalizou o padre.
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