Um dos mais importantes do país, ele acontecerá de 17 a 27 de novembro.
Consolidado como um dos mais importantes festivais de artes integradas do país, o Festival Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes aborda o tema (IN)DEPENDÊNCIAS nesta sua 11ª edição, que acontecerá de 17 a 27 de novembro, em Tiradentes. O evento propõe ao público uma reflexão sobre quais independências foram efetivamente conquistadas e para quem? E quais independências precisam ainda ser sonhadas?, por meio das linguagens artísticas que tradicionalmente integram sua programação – artes visuais, artes cênicas, literatura, música e cinema.
– De certa forma, se pensarmos que algumas das primeiras reuniões da Inconfidência Mineira foram realizadas em Tiradentes, o município é um dos berços desta tão sonhada independência no Brasil. A cidade tem ainda uma outra ligação com a Semana de Arte Moderna, cuja efeméride também é comemorada neste ano: após a Semana de 1922, os artistas modernistas realizaram uma viagem pelo interior de Minas Gerais e foi graças a esta viagem, a qual teve como consequência a criação do IPHAN, que Tiradentes teve o seu núcleo histórico tombado como um dos primeiros no Brasil”, explica Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do festival.
A programação de artes visuais apresenta duas exposições coletivas: “Ainda que tardia”, realizada em parceria com a UFMG e o Campus Cultural UFMG em Tiradentes, acontecerá no Museu Casa Padre Toledo, antiga residência do inconfidente Padre Toledo na cidade, onde as ideias de liberdade começaram a se forjar como deslealdade, conjuração, insurgência, insurreição. A segunda exposição é “Retratos modernistas do Brasil”, que faz uma homenagem à Semana de Arte Moderna de 2022. Por meio de pinturas de alguns dos protagonistas do movimento de 1922, como Anita Malfatti e Di Cavalcanti, e obras de outros modernistas como Vicente do Rego Monteiro, José Pancetti e Alberto da Veiga Guignard, a coletiva ressalta também a influência deste movimento nas artes brasileiras durante todo o século XX. A mostra é realizada em parceria com o Centro Cultural Yves Alves.
O conteúdo literário do evento contempla lançamentos de livros, performances literárias e oficinas com os autores Edimilson Almeida de Pereira, Ricardo Aleixo, Prisca Agustoni, André Capilé e Tal Nitzán. Ricardo Domeneck, um dos mais importantes poetas da sua geração, será o escritor em residência da 11ª edição do Festival Artes Vertentes. Um ciclo de debates em torno do tema do festival reunirá Tierno Monenembo (Guiné), escritor de importância primordial na reflexão sobre o pós-colonialismo no continente africano, Mia Couto, Mary del Priore e Eliane Brum, entre outros.
Na área da música, o Artes Vertentes apresenta o piano de Amaro Freitas, que mescla inúmeros timbres e ritmos de origens afro-brasileiras, presentes em manifestações musicais do Nordeste, ao universo do jazz. O pianista pernambucano abre a programação do evento no dia 17, no palco Padre Toledo. Outro destaque é a participação da cantora Virgínia Rodrigues, que se apresenta no dia 22, dentro da programação musical do festival.
As igrejas históricas de Tiradentes serão palcos de 14 concertos de música de câmara que contarão com a participação da violinista francesa Alexandra Soumm, do pianista Cristian Budu, dos violinistas Iberê Carvalho e Darya Filippenko, além da soprano Eliane Coelho. Um dos destaques da programação é a ópera Domitila, do compositor João Guilherme Ripper, criada a partir da correspondência amorosa trocada entre D. Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos, interpretada pela soprano Marly Montoni.
A música que se ouvia nos anos da proclamação de Independência do Brasil, em 1822, também integrará os concertos do Festival Artes Vertentes. Ao lado de obras de Mozart, Haydn e Beethoven, a obra de Sigismund Neukomm, compositor austríaco que veio para o Brasil junto com a corte da Imperatriz Leopoldina e que foi influenciado pela música que descobriu no Brasil, tece um diálogo entre o Classicismo vienense e o Brasil. Uma noite de cabaré com a participação de Manuela Freua abordará a questão da censura, enfrentada pela arte em diversas épocas da história.
Sobre o Festival Artes Vertentes
Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas edições, o Festival Artes Vertentes recebeu mais de 350 artistas vindos de 40 países.
* Compilado do texto de Bárbara Chatagnier – Assessoria de Imprensa |Fotos: Reprodução site do festival