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Justiça suspende leilão de terreno na Serra de São José

Lote de cem mil metros quadrados estava sendo adquirido por uma mineradora.

A Prefeitura de Tiradentes(MG), conseguiu suspender na justiça na última segunda-feira, 22 de maio, leilão em andamento de um terreno na região do Mangue, na Serra de São José. A decisão vale por trinta dias e, nesse período, o município tentará impedir definitivamente a venda do lote de cem mil metros quadrados, conforme informou Rogério de Almeida, secretário de governo municipal, em vídeo divulgado em uma rede social da prefeitura nesta terça-feira, 23.

“Caso o leilão fosse concretizado, o local, por qual tantos tiradentinos guardam memórias e grande afeto, poderia ser fechado, afastando a população e afetando o município em diversas áreas, como meio ambiente e turismo”, destacou Rogério. Assim que soube da venda do terreno – o lance inicial foi de R$ 126 mil – e ciente da importância do Mangue para a comunidade local e para o turismo da região, a Prefeitura de Tiradentes agiu imediatamente e impediu a finalização do leilão.

Quando finalmente foi interrompido o lance estava em pouco mais de R$ 131 mil, dado por uma mineradora, revelou Rogério. Ele acrescentou que se o terreno tivesse sido arrematado a área do mangue seria fechada ao público e, possivelmente, teria seu acesso liberado mediante cobrança de ingresso, impactando negativamente e fortemente o turismo ecológico no município.

O Secretário de Governo informou também que o terreno foi levado a leilão em decorrência de um processo por causa de um incêndio ocorrido em 2008 naquela área. Na ocasião, continuou Rogério no vídeo, o Instituto Estadual de Florestas multou a proprietária do imóvel, a Sociedade Amigos de Tiradentes (SAT) que, mesmo assim, não teria tomado nenhuma atitude concreta a respeito.

Ainda conforme Rogério de Almeida, o departamento jurídico da prefeitura está “estudando o que fazer; se desapropriar ou (adotar) outra medida.” E completou: “Nós não estamos sendo omissos enquanto algumas instituições foram omissas e não se preocuparam com o nosso patrimônio ambiental, nem com o lazer do tiradentino, nem com a nossa memória”, disse. O Site não conseguiu localizar os responsáveis pela SAT para falar sobre o assunto, e o espaço segue aberto caso queira registrar seu posicionamento.

Repercussão

A divulgação do leilão causou indignação e uma espécie de revolta na população tiradentina que está se mobilizando para afastar – definitivamente – este risco. Nesta terça-feira, 23, foi criado um abaixo assinado on-line – SOS Mangue – exigindo a “revogação imediata do plano de leilão e a adoção de ações concretas para a conservação desse importante ecossistema.” O texto ainda afirma que “a Cachoeira do Mangue é um patrimônio natural de valor inestimável” e que “a preservação desse tesouro é de responsabilidade coletiva e um compromisso inegociável com as gerações presentes e futuras.” Na sequência elenca cinco reivindicações preservacionistas. Para assinar o documento clique neste link.

O Fórum dos Trabalhadores da Cultura de Tiradentes também mostrou sua indignação com a possibilidade de que o Mangue passe à iniciativa privada. Por isso criou um grupo de discussão no Facebook (que pode ser acessado neste link) visando obter apoiadores para fazer uma manifestação pública por sua preservação. Além disso, e com o mesmo objetivo, abriu o perfil SOS_serradetiradentes.mg, no Instagram. Quem quiser apoiar esta causa e participar, basta seguir estes perfis nas duas redes sociais. Preservar a Serra de São José, o Mangue e todo o seu ecossistema, é dever de todos que vivem e amam Tiradentes.

Foto principal: Divulgação – Luiz Carlos | Foto intermediária: César Reis – reprodução

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