Irmandades que ajudaram a construir a igreja podiam sepultar ali seus membros.
Quem conhece a Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes, sabe a beleza que ela guarda, inclusive em seu interior. E quem já visitou aquele templo erguido no século XVIII, também deve ter percebido que lá dentro, em meio aos bancos onde os fiéis se acomodam nas cerimônias, no chão, há vários números esculpidos no piso de madeira. Em outras palavras, trata-se digamos, de uma espécie de “lápide” das sepulturas ali existentes. Uma prática comum à época. Inclusive, ao lado da Matriz há um cemitério que é usado até hoje.
O espaço interior da Matriz abriga 118 sepulturas onde estão os membros das sete irmandades que ajudaram a construir os sete altares da Matriz. À época da construção as Irmandades ganharam o direito de sepultar no interior da igreja seus integrantes, tradição que só acabou em 1820. Percorrendo a matriz vê-se que duas Irmandades personalizaram suas sepulturas com as iniciais “AL” e “SS”, respectivamente Irmandade de São Miguel de Almas e a do Santíssimo Sacramento.
Outra curiosidade é que em 1862 foi sepultada no pátio em frente à Matriz, a poucos metros de sua entrada principal, a Baronesa de Itaverava. A pedra esculpida com seu nome e data de sepultamento é facilmente localizada ao chegar àquela igreja. Segundo o professor Antônio Gaio Sobrinho, do Instituto Histórico e Geográfico de São João del Rei, “é possível que, após a morte do Barão de Itaverava, Alexandre José da Silveira, tenha ali residido a Baronesa Ana Eugênia, fato que fez o sobrado se tornar conhecido como “Solar da Baronesa”.