16 de setembro de 2024

Mostra de Cinema Tiradentes começa em clima de emoção e homenagens

Os cineastas Glenda Nicácio e Ary Rosa foram os grandes homenageados da noite.

Emoção, sorrisos, lágrimas e todos os sentimentos que o Cinema nos proporciona foram os ingredientes principais da abertura oficial da 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que começou oficialmente às 20h30min desta sexta-feira, 20 de janeiro. O Cine-Tenda lotado, espaço escolhido para este pontapé inicial, proporcionou ao público, através da performance audiovisual Cinema Mutirão, o tema da Mostra deste ano, momentos de variados sentimentos e, principalmente, de recomeço.

 

Sim, aqui em Tiradentes, o Cinema dá início às suas atividades de 2023, agora sob novos ventos, o da Esperança, como disse assertivamente Raquel Hallack (foto abaixo), coordenadora do evento, em seu cirúrgico discurso, fazendo uma alusão à reinauguração do Ministério da Cultura, agora sob a batuta de Margareth Menezes. “Vencemos muitos desafios nestas quase três décadas (da Mostra de Tiradentes). É uma mudança de paradigma para o cinema brasileiro. Somos persistentes”, destacou com a voz embargada, citando em seguida o impacto desta iniciativa na economia: “Geramos mais de 2 mil empregos diretos e indiretos” agradecendo aos patrocinadores que apoiam a Mostra e ao apoio da Prefeitura de Tiradentes.

 

Entre as atrações da noite, a primeira a se apresentar foi a Banda Ramalho (foto abaixo), um patrimônio cultural de Tiradentes. Oriunda da velha tradição musical da Vila de São José (como era chamada Tiradentes). Fundada pelo maestro José Luiz Ramalho, em 1860, é a responsável por manter a tradição e as atividades musicais da cidade, em quase todos os eventos realizados em Tiradentes. A multidão que aguardava o início da Mostra se encantou com a apresentação da Banda Ramalho e seu repertório variado.

Logo depois, no auditório do Cine-Tenda, a performance audiovisual “Cinema Mutirão” trouxe ao palco os artistas Manu Dias, Maurício Tizumba, Ricardo Aleixo e Sandra Mara Lima. O espetáculo teve a direção de Chico de Paula que também assinou o roteiro juntamente a Raquel Hallack. Um misto de teatro, show musical, apresentação audiovisual reverenciou os costumes brasileiros e reproduziu no palco sensações variadas mostrando ao público a Arte, em suas diversas formas. O show se prolongou ao longo de toda a abertura entronizando as demais atividades como as homenagens ao município de Tiradentes, pela parceria neste evento, além de outros agraciados.

O ponto alto da noite, porém, foi a homenagem da Mostra aos diretores Ary Rosa e Glenda Nicácio (foto principal). Eles receberam o Troféu Barroco – a maior honraria da Mostra Tiradentes – em reconhecimento ao conjunto da obra. Glenda, emocionada, fez agradecimentos e manifestou sua alegria de participar do evento e completou com uma frase que resume o sentimento da classe: “Vai ser uma honra continuar a produzir neste país de agora”. Ary Rosa, seguiu a mesma linha lembrando que “nos últimos sete anos subimos neste palco para falar de desmandos e dificuldades que a gente enfrentava. Hoje falamos de esperança do que a gente pode ter”, completou. E encerrou com os agradecimentos, um em especial, dedicado a Glenda Nicácio e a todos que formam sua equipe. “Glenda e eu somos muitas mãos que fazem os nossos filmes”, finalizou.

Após as homenagens, foi exibido o filme de abertura da Mostra, o longa “Mugunzá” (pré-estreia nacional), dirigido pela dupla Glenda Nicácio e Ary Rosa. Já no Cine-Lounge, Maurício Tizumba voltou ao palco para nova performance musical. Ele se destaca por fazer um percurso de grande relevância para cultura afro-brasileira. Traz consigo forte influência do Congado mineiro, manifestação cultural e religiosa que resiste há quase três séculos enquanto importante símbolo da expressão da cultura negra em Minas Gerais.