Este é o terceiro filme de sua carreira com temática indígena.
O cineasta Neville D`Almeida, um dos principais nomes do cinema nacional, está em Tiradentes onde seu mais novo filme, “Bye Bye Amazônia – A Morte Anunciada da Floresta Amazônica” foi exibido na tarde de quarta-feira, 24 de janeiro, em pré-estreia, na 27ª Mostra de Cinema. Definido por ele durante coletiva na manhã de quinta-feira, 25, como um “filme manifesto”, a entrevista teve como principal ingrediente a sinceridade. Ele não gostou, por exemplo, de seu filme ter sido exibido às 18h, e em uma sala com capacidade para poucas pessoas. Uma crítica que ele reiterou ao longo da conversa, ressalvando a excelência da organização e da iniciativa de promover um festival da magnitude deste em Tiradentes.
Neville deixa claro na entrevista sua decepção e revolta com a realidade indígena no país. “Eu fiz filme com índio três vezes nos últimos quarenta anos. A primeira vez foi nos anos oitenta. Sem um patrocínio, nada! Fui lá na terra deles, convivi com eles. E cada vez que estive lá vi que a situação está piorando e nada é feito no sentido de mudar isso. O índio é um favelado. Favelado no meio do mato. Não tem nada… Como eu disse ontem, o Brasil tá matando ínido há quinhentos anos. Este filme, por exemplo (Bye Bye Amazônia) é um recorte do que acontece lá de 2019 a 2022. E se eu voltar lá agora, vai estar pior do que quando saí,” afirmou.
“Bye Bye Amazônia” ainda não tem data para estrear nos cinemas do país. No elenco estão Mac Suara Kadiweu, Ana Kariri, Thiago Justino, Luana Pessanha, Eloá Oliveira, Lívia Lopes e Matheus Assis. A produção é do próprio Neville D’Almeida, Cavi Borges, Lino Meirelles e Luiz Osvaldo Pastore. Julliane Chaves assina a direção de arte e a fotografia.