Eleição ocorre dia 20/04. Ele poderá ser o primeiro pintor a ingressar na Academia.
Busque no Google por Oscar Araripe e observe o total de resultados que a pesquisa vai retornar. 776 mil citações. Isso mesmo. O site dele, desde 1999, já recebeu 31,5 milhões de acessos. São números que impressionam e dão a dimensão da grandiosidade desse pintor genial que há mais de trinta anos vive em Tiradentes-MG. Consagrado no Brasil e no exterior pela sua pintura, esse jornalista de formação, escritor por paixão e pintor por vocação, vive a expectativa da eleição para a Academia Brasileira de Letras (ABL), à qual se candidatou para ocupar a cadeira que pertenceu a Nélida Piñon. A votação acontece no próximo dia 20 e Araripe pode se tornar o primeiro escritor-pintor a ingressar na ABL.
Antes de continuar este texto é preciso fazer uma ressalva importante. Este site vem acompanhando de perto o processo eleitoral na ABL tendo em vista que uma vitória de Oscar significará também, a presença do município de Tiradentes na maior instituição cultural do país, contribuindo para amplificar seu potencial turístico e cultural nacional e internacionalmente. Assim, neste fim de semana de Páscoa, Oscar Araripe conversou com o Viver Tiradentes sobre o assunto. Para ele, chegar à ABL será a vitória da pintura já que, conforme analisa, “a escritura e a pictografia nasceram juntas, e é bom que continuem assim”, afirma com razão.
Ele prossegue em seu raciocínio. “A Arte, dona da moral e da ética civilizatória, criou a Literatura e a Pintura. O escriba tinha que ser um bom artista, senão sua escrita não dizia o que queria dizer. Sem arte, a escrita ideográfica ou pictográfica era imprecisa, e sem beleza. Logo, não seduzia, não convencia. Assim, a poesia, a clareza da artezania, a musicalidade, a verdade da letra literária equivalem, se insinuam e coexistem com a cor, a poética, o risco e a linha na Pintura”, analisa.
Desde que oficializou sua candidatura a uma cadeira na ABL, Oscar Araripe vem ganhando atenção da imprensa nacional pelo que representa na pintura brasileira, pela criatividade e inovação com que vem atuando (criou cartas de apoio “assinadas” por acadêmicos falecidos) e porque tem chances reais de se tornar o primeiro pintor a entrar na Academia, o que Di Cavalcanti não conseguiu em sua época. Ele resume a presença de um pintor na ABL da seguinte maneira: “Pintar é como escrever, só que sem barulho. Escrever é como pintar, só que sem silêncio. O barulho que cala, o silêncio que grita. Daí a academia dever casá-las; separadas porém juntas.”
Fotos: Acervo Pessoal