24 de novembro de 2024

Simone Spoladore traz a Tiradentes seu primeiro curta como diretora

Simone Spoladore traz a

Ela também revela o desejo de voltar às novelas, como atriz.

Ela estourou em Lavoura Arcaica, em 2001, filme de Luiz Fernando Carvalho. Fez sucesso em novelas e com outros personagens no cinema, participou algumas vezes da Mostra de Cinema de Tiradentes onde também foi premiada e, agora, Simone Spoladore retorna à cidade para apresentar seu curta metragem de estreia na direção, “O Chá de Alice”. A obra inspirada livremente em um capítulo do livro Alice no País das Maravilhas também tem roteiro assinado por ela, além de ter investido o seu próprio dinheiro neste trabalho.

Seu curta foi exibido na tarde de quinta-feira, 25 de janeiro, no Cine Tenda, na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Simone esteve lá, juntamente da atriz protagonista, Mariah Rocha (cuja atuação estava inspiradíssima). No começo da tarde desta sexta-feira, 26, ela voltou a ser o centro das atenções, desta vez em uma entrevista coletiva à imprensa onde falou sobre o novo filme exibido na Mostra, sua carreira, projetos para o futuro, inspirações e até de sua vontade de voltar a fazer novelas. “Quero muito”, exclamou sem pestanejar.

– A vontade de ser diretora eu tenho há muito, muito tempo antes de realizar este filme, conta Simone sobre como decidiu dirigir o primeiro curta de sua carreira. “Porém, pra mim, eu sentia ser quase intransponível; não sabia por onde começar. E esse filme… eu sentei um dia na minha escrivaninha e pensei em escrever essa ideia em uma cena só para que fosse o jeito mais fácil de produzir possível, porque eu iria fazer com o meu próprio dinheiro. Tanto que a mesa é uma porta com sarrafo de madeira. Aquelas “xicrinhas”, as cadeiras, aquilo tudo (que está em cena) foi levado de casa. Comprei mais duas cadeiras para levar pro set. A gente carregava as cadeiras na rua até o Parque Lage (local das filmagens), e filmamos tudo em três dias, lembra.

Sobre a escolha do tema do curta, Simone revela uma paixão pelo livro. “Eu já tinha lido algumas versões de Alice no País das Maravilhas, mas não foi uma coisa escolhida tão racionalmente. Eu acho que partiu muito da necessidade de ter uma cena só pra contar a história do filme.” Sobre a experiência na estreia da direção, Simone diz estar ainda avaliando. “É o primeiro, né? Um exercício quase de cinema. O que observo é que a gente começa com uma idéia e como os profissionais que estão no filme contribuem de forma avassaladora, não é mesmo? Acho que a gente foi construindo junto. Sem eles não teria sido possível”, completa.

O futuro de Simone vai continuar apontando para dois caminhos: a direção e seu trabalho como atriz. “Quero continuar atuando, sem dúvida! E dirigindo. Eu tenho outros dois curtas para serem finalizados (eu já filmei), mas acho que vai demorar um pouquinho ainda, porque descobri que é preciso esperar o tempo das coisas. A gente filmou em 2016 “O Chá de Alice”… e só agora está chegando aos cinemas. Além disso estou escrevendo um longa que está muito embrionário, e temos o primeiro tratamento de um roteiro, e a gente tá entrando em laboratórios para desenvolvimento de roteiro visando ganhar um edital para fazer um longa.

Antes de encerrar, Simone fala um pouco sobre a Mostra de Tiradentes. “Eu tenho um carinho imenso, uma paixão pela Mostra. Eu estive aqui com o meu primeiro filme, que foi Lavoura Arcaica. Depois eu não sei realmente com quais outros eu voltei. Eu fui homenageada aqui em 2013, então, tenho um carinho imenso e estou muito feliz de estar aqui e de ter passado “O Chá de Alice” aqui. Hoje (dia 26) vai ter a Roda de Conversa com o Pedro Guimarães, e amanhã tem a estreia do filme “Leme do Destino”, de Julio Bressane, (em que Simone atua como atriz e será exibido às 18h no Cine Tenda) e estou muito feliz por tudo isso”, finaliza.