8 de setembro de 2024

Silvio Guindane, diretor de “Mussum, o filmis”, fala de sua obra

Silvio Guindane diretor de

Ele contou que fez questão de fazer um filme leve e alegre.

Quem bateu um papo super agradável no final da manhã desta segunda-feira, 22, com a imprensa especializada que está cobrindo a 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, foi o diretor do longa “Mussum, o filmis”, Silvio Guindane. Feliz com o sucesso de sua obra que conta a história do ex-trapalhão, ele esbanjou simpatia e proporcionou um papo super agradável. Silvio é daqueles que a gente conhece e depois de cinco minutos de papo parece ser um velho amigo.

Sobre “Mussum, o filmis” ele disse que “foi totalmente proposital, fazer um filme leve; primeiro por uma questão do Mussum, em si. Retratar o Mussum só com as dores dele, seria uma heresia com o que o Mussum gerou pra música, pro humor, pro povo brasileiro; (não podia) fazer um filme que a gente não levasse a alegria que o Antônio Carlos Bernardes Gomes sempre teve e se preocupou em levar para o espectador”, explicou.

Em seguida fez uma ressalva importante: “…não omitindo de forma alguma todas as coisas que ele passou, dificuldades, racismo direto e estrutural, perder o filho, a mãe, um casamento, de sofrer realmente muito com o humor de diminuir o outro, que naquela época era uma coisa muito presente e que a gente não tinha noção do quanto a gente estava errado”, acrescenta, emendando outra informação importante. “Foi por isso que eu refiz todas as esquetes dos Trapalhões. Tive uma preocupação de escolher a dedo cada esquete (…) Essa preocupação também me acompanhou na música, porque eu queria que todo mundo (do elenco) cantasse, tocasse e foi tudo ao vivo, não tem nada dublado.”

Silvio disse ainda que não tinha “a menor intenção de fazer mais um filme com um preto sofrido, bêbado que morre pobre ferrado na tela. Acho que a gente merece ver outras coisas e outros lugares principalmente de um preto, (porque) o corpo preto é visto dessa forma estereotipada. Então tive, sim, essa preocupação, sem omitir os problemas dele, de exaltar a leveza, a alegria e a grandiosidade que esse cara tinha”, finalizou o diretor que já está com vários projetos agendados para este ano.